O ambiente na infância

O que te parece ideal para o desenvolvimento e crescimento de uma plantinha: Que ela seja semeada e que acima da semente haja uma terra fofa, não compactada ou que acima da semente haja um duro chão de concreto?

Acredito que muitos já viram plantas saírem do chão do asfalto. Não é incomum. Mas não, esse texto não é sobre plantas, mas sim sobre ambiente.

Winnicott foi um psicanalista que se dedicou a falar sobre o ambiente facilitador. Segundo sua teoria, quando a criança nasce, ela chega já com tendências herdadas que seguem rumo ao desenvolvimento. O ambiente em que a criança deve viver, idealmente, é aquele que irá apenas facilitar para que esse desenvolvimento ocorra sem grandes intercorrências (no sentido de problemáticas).

Utilizando o exemplo que eu iniciei nesse texto, seria como a terra fofa que permite que a semente cumpra seu papel e germine na terra e depois possa crescer sem dificuldades ao penetrar a terra na busca por luz.

Mas, nem sempre é assim. Muitas vezes o que há é um ambiente que não facilita esse processo, nesses casos, a criança terá muito mais dificuldade em se desenvolver, pois ela terá que se esforçar muito mais – no sentido psíquico, lidando com coisas que sua mente não tem maturidade para lidar – ou então terá que reagir contra esse ambiente.

Novamente, podemos utilizar a metáfora da planta, mas agora a planta que, para crescer, precisa romper com o concreto. E, apesar de não conhecer muito do universo das plantas, me parece que ela também terá seu desenvolvimento mais limitado do que teria se estivesse em ambiente apropriado. Assim como acontece com as crianças.

A partir dessa ideia, convido você para refletir sobre as relações e vínculos iniciais na vida de uma criança. O quanto a presença e ausência de um dos pais – mãe ou pai – pode ser significativa para o desenvolvimento de uma criança, além disso, para pensarmos na qualidade das relações quando presentes.


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