Não diminua a dor do outro, nunca!

A série da Netflix ”13 Reasons why”, trouxe o tema depressão e suicídio com bastante força. Desde então tenho percebido que houve uma movimentação em defesa das pessoas que passam por essas situações, o que eu acho que é muito bom. Mês passado foi o ‘setembro amarelo’, uma campanha contra o suicídio, ou melhor, uma campanha a favor da vida que vem com a ideia de conscientizar e ajudar as pessoas que estão passando por essas dificuldades a não se calarem e pedirem ajuda.

Mas apesar desses movimentos importantíssimos, eu percebo também um outro movimento que prejudica muito essas pessoas que precisam tanto de ajuda. Tenho ouvido muito de pessoas que procuram terapia que ao procurarem familiares, amigos, companheiros (as) para desabafar, pedir ajuda, ao invés de serem ajudados, eles ouvem dessas pessoas que os problemas não são tão graves e que existem pessoas sofrendo por motivos muito mais sérios e não reclamam e ainda dizem que eles deveriam agradecer ao invés de se queixarem. Isso piora o estado dessas pessoas em um nível assustador. Ao invés de ficarem somente com o problema que estão enfrentando, que não é pouco, pois nunca é, eles ainda precisam lidar com a ideia de que são ingratos e fracos, pois são essas as fantasias que acabam surgindo e o mais importante, essas pessoas muitas vezes acabam se sentindo sozinhas, incapazes de serem felizes e acham que não adianta procurar ajuda profissional e ao se verem sem saída elas apelam para o suicídio.

As dores são diferentes, nunca maiores ou menores, tudo vai depender da pessoa e de como ela está preparada para receber essas dificuldades. Não há um termômetro e não devemos rebaixar a dor do outro, as vezes a intenção é mostrar que aquela pessoa é forte e não precisa sofrer por aquele motivo, mas isso pode ser mostrado de outra forma, uma forma mais delicada e amorosa.

Procurar ajuda de um psicólogo não é indício de que a pessoa esteja louca ou que seja fraca. Todos nós precisamos de ajudas diversas, ir ao psicólogo é cuidar da mente com o auxílio de um profissional que estudou e tem uma técnica por trás como ferramenta para ajudar aquela pessoa a aumentar sua capacidade de tolerância e se conhecer profundamente, não estamos falando de doença mental e sim de saúde mental. Da mesma forma que procuramos um médico, dentista, um educador físico, procuramos o psicólogo para cuidar daquilo que temos de tão poderoso que é a nossa mente.

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